segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Marcelino pan y vino

José Sócrates
Não existem socráticos positivos, figuras públicas que reclamem alguma herança de Sócrates ou aguardem pelo seu regresso às lides políticas, mas continuamos cheios de socráticos negativos, aqueles que persistem em atacá-lo por genuíno ou utilitário ódio de estimação. O Marcelino é um deles, e caso especialmente engraçado porque o Marcelino é um básico que nunca deveria ter deixado o Correio da Manhã, um espaço à medida das suas capacidades e estilo.
Ora, o Marcelino andou com Passos ao colo já desde o tempo em que ele perdeu as eleições internas contra Ferreira Leite. Esse seu intento levava a que fosse confundido algumas vezes pelos cavaquistas como estando próximo de Sócrates, quando na verdade estava era a trabalhar para o seu menino. De tal forma que durante a campanha para as legislativas de 2011 vimos o DN mais alaranjado do que o Povo Livre. Tamanho entusiasmo com o Pedro só veio a ser rompido em Setembro último, e foi preciso que o Marcelino visse um país inteiro na rua contra uma estupidez colossal. Aí, sentido a mudança da maré, tratou de sair pelos fundos e veio juntar-se ao maralhal indignado.
Eis o contexto que me leva a sugerir um divertimento onde o vemos a branquear Passos recorrendo a um Sócrates que calunia na comparação. Dizer que ambos violaram o contrato eleitoral, sem explicitar quais as faltas de Sócrates e não reconhecendo que Passos fez algo nunca antes visto na democracia portuguesa, e equivaler a situação de um Governo minoritário cercado e bombardeado por toda a oposição, pelo Presidente da República, pela oligarquia, pelas corporações, pela conluio judicial-jornalístico e pela situação internacional com um Governo de maioria, com apoio do Presidente da República, com um Memorando que o protege e com uma comunicação social anémica, é espectacular – ou seja, tamanha desonestidade intelectual e má-fé é um espectáculo.
Ler para crer:
Tão iguais


[Valupi.]
 

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