terça-feira, 25 de agosto de 2015

Problemas mal resolvidos num semanário perto de si

Maria Filomena Mónica, com Zita Seabra,
no lançamento de «Eu, Cayetana»
no Estoril Palácio Hotel

Sendo do domínio público que há quem esteja viciado em substituir refeições saudáveis por croissantsacompanhados a vodka, não é aceitável que a direcção do Expresso se aproveite dessas situações de aparente fragilidade e as utilize para procurar atingir terceiros. O que Maria Filomena Mónica escreve sobre José Sócrates na última edição do semanário é deprimente para a própria. E é-o para o Expresso, que publica a catarse.

A peça em causa é uma nojeira, mas é sobretudo de uma indigência confrangedora. A colaboradora doExpresso gaba-se de ter levado a cabo uma investigação aprofundada sobre o percurso académico de Sócrates em Paris, envolvendo recursos sofisticados — «motor de pesquisas relativo a teses em curso ou defendidas em França (ABES, theses.fr.)» —, estando em condições de garantir a «um povo analfabeto, aldrabão e parolo» que não há quaisquer vestígios de obtenção de graus académicos.

E para desmontar o alegado embuste do mestrado, Mónica mergulhou de cabeça no mémoire (muito embora umas linhas acima confesse que o procurou afanosamente nas livrarias e não encontrou): «a tortura em países democráticos pode ser analisada num trabalho académico: o que não pode é sê-lo desta forma». A emérita socióloga condescende que a utilização da tortura «é moralmente condenável, mas isso não justifica a inclusão das democracias como países que causam "arrepios"

Saciada, Mena, como é conhecida no meio, fez chegar ao Expresso a alucinada catarse. A direcção do semanário, apesar de ver a baba a escorrer pela prosa, publicou-a. Deveria, ao menos, ter alertado a sua colaboradora de que tinha andado a farejar o mestrado na página dos doutoramentos, para a realização do qual José Sócrates, de resto, já fora admitido depois de concluir o mestrado (como é bem explicado aqui). A orientadora poderá confirmar tudo.

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