O NAVIO FANTASMA (40)
por José Pacheco Pereira / Blog Abrupto
POR QUE É QUE EU DIGO QUE
A) NÃO HÁ GOVERNO:
B) O QUE SE CHAMA GOVERNAÇÃO É UM
PERMANENTE EXERCÍCIO DE ENGANO E MÁ FÉ:
C) PORTAS DIZ TUDO O QUE FOR PRECISO PARA
SE JUSTIFICAR.
Declarações de Portas (segundo o Público)
para justificar as contradições entre o que está a acontecer e a Conferência de
Imprensa que deu com a Ministra das Finanças:
O vice-primeiro-ministro Paulo Portas alegou nesta segunda-feira que os cortes nas pensões de sobrevivência não estavam desenhados na passada quinta-feira quando, juntamente com a ministra das Finanças, apresentou os resultados das 8.ª e 9.ª avaliações da troika e anunciou algumas medidas do Orçamento do Estado para 2014. “Na quinta-feira o desenho da medida não estava terminado”, disse Portas."
Ou seja, há várias
hipóteses, o Primeiro-Ministro não informa o Vice-Primeiro-Ministro, e deixa-o
ir para uma conferência de imprensa sem saber o que se passa (possível, mas
pouco provável porque Portas esteve nas conversas com a troika e a medida foi
certamente discutida); o Ministro da Solidariedade Social não sabia de nada ou
não informou o seu líder partidário (altamente improvável), Portas mentiu por
omissão para não estragar o tom geral da conferência (altamente provável).
Explicação que vai ser dada, ao estilo da "nova cultura política" de Maduro: uma
coisa é a decisão (que já fora tomada) outra o "desenho", que ainda não fora
feito. O "desenho" imaginem.
O NAVIO FANTASMA (39): TUDO COMO DANTES, QUARTEL-GENERAL EM
ABRANTES
O que fez Rui Machete foi um acto, não foi uma
declaração irreflectida, ou uma "declaração menos feliz". Se apenas fossem
palavras, mesmo assim seriam graves, mas foi mais do que isso, foi um acto de
diplomacia à revelia da lei e da ordem democrática, praticado pelo responsável
máximo das nossas relações externas que fala, por isso mesmo, em nome de
Portugal.
Não me admira muito, dado que o anterior
Ministro também classificava (e classifica) o seu próprio país de protectorado,
sem que haja qualquer abalo nas hostes habitualmente cheias de vento patriótico.
Isto está tudo num estado tão rasteiro e perigoso, que nem é a continuidade das
peripécias, umas sobre as outras, mentiras nos curricula, "incorrecções
factuais", mentiras ao parlamento, fugas sistemáticas de informação do governo
para comentadores amigos, ocultação de dados, que já é o mais grave. O mais
grave é a completa impunidade com que tudo se faz, e o modo como tudo continua
na mesma, tudo como dantes quartel-general em Abrantes. Criticado Machete sem
muitas ambiguidades pelo Presidente da República no 5 de Outubro, basta que o
primeiro-ministro "desvalorize" - o que ele está sempre a fazer e deve ser o
timbre da "nova cultura política" do Ministro Maduro - para que tudo volte ao
"normal". Isto é que é muito preocupante, a impunidade dos de cima, que podem
fazer o que quiserem sem consequências.
PS - O resto das
"explicações" de Portas para dizer que não passou a "linha vermelha" ainda é
pior, é pura desonestidade:
“Não há qualquer relação entre os recursos [cortes] na sobrevivência e o corte da TSU das pensões”, destacou Paulo Portas, explicitando três diferenças: A TSU das pensões equivalia a um corte de 436 milhões de euros, enquanto os recursos das pensões de sobrevivência são de 100 milhões; a TSU das pensões era aplicável a pensões a partir dos 400 euros, enquanto os cortes agora divulgados só incidem quando há duas pensões e quando é superado um determinado valor, ainda não especificado. Por fim, há uma diferença entre cortes transversais, implícitos na TSU e as condições de recurso das pensões de sobrevivência."
Ou seja, eu disse-vos que não
iam morrer de broncopneumonia, mas vão morrer de pneumonia intersticial aguda.
Vejam lá como eu sou vosso amigo.
Não há paciência para este continuo engano. Esta gente não é séria.
Não há paciência para este continuo engano. Esta gente não é séria.
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