segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Leituras

 
 
O NAVIO FANTASMA (40)
por José Pacheco Pereira / Blog Abrupto
 
 

POR QUE É QUE EU DIGO QUE 
A) NÃO HÁ GOVERNO:
B) O QUE SE CHAMA GOVERNAÇÃO É UM PERMANENTE EXERCÍCIO DE ENGANO E MÁ FÉ:
C) PORTAS DIZ TUDO O QUE FOR PRECISO PARA SE JUSTIFICAR.


Declarações de Portas (segundo o Público) para justificar as contradições entre o que está a acontecer e a Conferência de Imprensa que deu com a Ministra das Finanças:

O vice-primeiro-ministro Paulo Portas alegou nesta segunda-feira que os cortes nas pensões de sobrevivência não estavam desenhados na passada quinta-feira quando, juntamente com a ministra das Finanças, apresentou os resultados das 8.ª e 9.ª avaliações da troika e anunciou algumas medidas do Orçamento do Estado para 2014. “Na quinta-feira o desenho da medida não estava terminado”, disse Portas."
Ou seja, há várias hipóteses,  o Primeiro-Ministro não informa o Vice-Primeiro-Ministro, e deixa-o ir para uma conferência de imprensa sem saber o que se passa (possível, mas pouco provável porque Portas esteve nas conversas com a troika e a medida foi certamente discutida); o Ministro da Solidariedade Social não sabia de nada ou não informou o seu líder partidário (altamente improvável), Portas mentiu por omissão para não estragar o tom geral da conferência (altamente provável). Explicação que vai ser dada, ao estilo da "nova cultura política" de Maduro: uma coisa é a decisão (que já fora tomada) outra o "desenho", que ainda não fora feito. O "desenho" imaginem.



O NAVIO FANTASMA (39): TUDO COMO DANTES, QUARTEL-GENERAL EM ABRANTES

O que fez Rui Machete foi um acto, não foi uma declaração irreflectida, ou uma "declaração menos feliz". Se apenas fossem palavras, mesmo assim seriam graves, mas foi mais do que isso, foi um acto de diplomacia à revelia da lei e da ordem democrática, praticado pelo responsável máximo das nossas relações externas que fala, por isso mesmo, em nome de Portugal. 



Não me admira muito, dado que o anterior Ministro também classificava (e classifica) o seu próprio país de protectorado, sem que haja qualquer abalo nas hostes habitualmente cheias de vento patriótico. Isto está tudo num estado tão rasteiro e perigoso, que nem é a continuidade das peripécias, umas sobre as outras, mentiras nos curricula, "incorrecções factuais", mentiras ao parlamento, fugas sistemáticas de informação do governo para comentadores amigos, ocultação de dados, que já é o mais grave. O mais grave é a completa impunidade com que tudo se faz, e o modo como tudo continua na mesma, tudo como dantes quartel-general em Abrantes. Criticado Machete sem muitas ambiguidades pelo Presidente da República no 5 de Outubro, basta que o primeiro-ministro "desvalorize" - o que ele está sempre a fazer e deve ser o timbre da "nova cultura política" do Ministro Maduro - para que tudo volte ao "normal". Isto é que é muito preocupante, a impunidade dos de cima, que podem fazer o que quiserem sem consequências.  


PS - O resto das "explicações" de Portas para dizer que não passou a "linha vermelha" ainda é pior, é pura desonestidade:

“Não há qualquer relação entre os recursos [cortes] na sobrevivência e o corte da TSU das pensões”, destacou Paulo Portas, explicitando três diferenças: A TSU das pensões equivalia a um corte de 436 milhões de euros, enquanto os recursos das pensões de sobrevivência são de 100 milhões; a TSU das pensões era aplicável a pensões a partir dos 400 euros, enquanto os cortes agora divulgados só incidem quando há duas pensões e quando é superado um determinado valor, ainda não especificado. Por fim, há uma diferença entre cortes transversais, implícitos na TSU e as condições de recurso das pensões de sobrevivência."
Ou seja, eu disse-vos que não iam morrer de  broncopneumonia, mas vão morrer de  pneumonia intersticial aguda. Vejam lá como eu sou vosso amigo.

Não há paciência para este continuo engano. Esta gente não é séria.
 
 
 
 

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