Se não ruíssem os tremendos edifícios
E, do vulcão em fogo, as
escaldantes lavas
Escorressem nas montanhosas, largas cavas,
Perdendo-se, depois, nos fundos precipícios,
Se não houvesse Deus, dos nossos pobres vícios,
Punido nossos pais (oh mãe; tu, que rezavas...),
E não queimasse em brasa e cinza as nossas casas,
Cingindo em pranto e dor o drama e sacrifício,
Se sem abrigo, assim, no calor do deserto,
Com o sol a arder e com um abutre já bem perto,
Se tivessem nossos caminhos sido iguais,
Levar-te-ia agora a cabeça a meu peito,
E, nos meus braços, segurando-te, sem jeito,
Daria o beijo que ousaria dar jamais
Paulo Fichtner nasceu em Porto Alegre em 1971. Formado em História e Civilização Francesa pela Sorbonne. Começou a escrever aos 14 anos de idade, com a obra Cemitério. Publicou O Despertar do Paraíso (1999), Tumulto Secreto (2005), Contra o Chão e o Vento(2007) e Como quem parte (2008). {Blog do Noblat}
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