domingo, 1 de fevereiro de 2015

Tempos perigosos


    «Uma frase do juiz Carlos Alexandre no despacho que ordenou a prisão preventiva de José Sócrates deixou a defesa do ex-primeiro-ministro com os cabelos em pé. O juiz, depois de o procurador Rosário Teixeira ter pedido a prisão preventiva, afirmou que esta medida de coação, a pecar, não era por excesso. "Tempos perigosos", reagiu a defesa do ex-primeiro-ministro no recurso para o Tribunal da Relação de Lisboa, "em que um juiz se permite julgar insuficiente a prisão de um presumido inocente". Para os advogados, "prender Sócrates, julgar Sócrates, condenar Sócrates, passou a ser o projeto, a obsessão, o entalhe final" da judiciarização da luta política.»¹

Foi imposta a José Sócrates a medida de coacção mais gravosa. O juiz Carlos Alexandre terá sustentado no despacho que exarou que «esta medida de coacção, a pecar, não era por excesso». Que terá passado pela cabeça do juiz? Seguir os métodos adoptados pela Arábia Saudita em relação a Raif Badawi? Aprender com Guantánamo? Regressar a 24 de Abril?

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¹ Cf. Diário de Notícias (aqui e aqui). Cheguei a esta notícia através do ValupiIsabel Moreira eCarlos Barbosa de Oliveira também se sentiram escandalizados com esta declaração atribuída ao juiz.

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