segunda-feira, 5 de maio de 2014

Leituras







Seguro, o homem que veio para limpar a porca


Os anos do passadismo troiko são também os anos de um desastre chamado António José Seguro. Um líder da oposição que elegeu como uma das suas primeiras três prioridades nacionais… a corrupção no PS. Para a combater, Seguro prometeu que iria obrigar os membros do Secretariado, vejam bem, à “assinatura de um compromisso de honra” em como respeitariam um “código de ética” a desenvolver para o “exercício de funções públicas“. Ora, qualquer criança com 4 anos já sabe que Seguro é aquele político que veio para dar “bons exemplos”, veio para criar “uma forma diferente de fazer política”, a qual passaria a ser “com ética e com transparência”, pois então. Mas não só, Seguro também se anunciou como o político que só promete o que pode cumprir, não é como a restante cambada. Por exemplo, Seguro pode acabar com todos os sem-abrigo. Já o prometeu, portanto vai conseguir. É apenas uma questão de o meterem no poleiro e está feito. Por acaso, ainda não se lembrou de prometer a cura para o cancro e o fim da fome em África, porque teriam igual destino. Foi só porque não calhou. Assim, existirá algures nas instalações do PS um “código de ética para o exercício de funções públicas” que os candidatos socialistas conhecerão de ginjeira e cujas respectivas assinaturas num “compromisso de honra” garante que irá ser cumprido sem mácula nem vacilações. O facto de ninguém na opinião pública saber do que se trata ou contém é apenas um pormenor sem qualquer importância na grande engenharia celeste.
Em vez de, desde a primeira hora, o PS ter denunciado a traição que PSD e CDS fizeram ao afundarem o País para terem cobertura estrangeira para todo o tipo de vilanias e reengenharias sociais, em vez de vermos o PS a desmontar a violência constante de um Governo que despreza, humilha e odeia os portugueses, vimos Seguro a ser cúmplice de Passos no ataque ao Governo anterior e a ser sistematicamente achincalhado e metido no bolso. Acaba com esta cena gaga de Seguro ter exigido aquilo que o Governo acaba exactamente de lhe dar.
Felizmente, o PS vai sobreviver a este homem e reocupará o seu lugar de esteio da democracia nascida de Abril.

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