Vivia no último andar de um
prédio de esquina. Não dava festas. Os vizinhos nunca lhe provocaram movimentos
salivantes.
Adormecia encostado a um cavalete com pinceis por baixo, à espera de
uma luz maior. Sempre disse que a
sabedoria era objectivamente sua.
Dono do mundo desatou a morder a
sua sombra tranquilamente. Sobrou-lhe só
a ponta do nariz que usa agora para farejar a eternidade.
Maria Quintans, Agosto 2012
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