sábado, 21 de setembro de 2013

Musa / Maria Teresa Horta

É a musa a esmeralda
a cintilação absurda
uma pequena bolsa de ar
na lisura do pulso

No perfil do papel
a vagem do poema
...

A penumbra
a palavra
a rasura da pena

É a musa o marfim
o faim à cintura
o mistério que se adensa
na leveza da bruma

No fio do coração
o voo do sentimento

A queda
a vertigem
uma sombra de agrura

É a musa o diamante
o torvelinho da alma
o secreto segredo
onde a estrofe se esfuma

Na fímbria do retrato
a nau do pensamento

A urgência
de tudo

ou de coisa nenhuma

Sem comentários:

Enviar um comentário