segunda-feira, 1 de julho de 2013

Leituras

 

A escolha de Miss Swaps

 

Ao contrário de ti, Maria Luís,
eu não minto, não engano, não ludibrio
.

Ainda ontem escrevia que a hora de partida de Vítor Gaspar estava a chegar. A surpresa não é a sua demissão, mas a escolha da Miss Swaps para tapar o buraco criado.

Os media começaram por anunciar que o substituto seria Paulo Macedo, informação que veio de dentro do Governo (segundo foi dito na TSF). A mudança de última hora significa que Macedo recusou o cargo e que Passos Coelho não conseguiu seduzir outra figura de peso que conduzisse o governo de iniciativa presidencial nesta fase de agonia.

Não se trata de uma comum substituição em fim de ciclo, quando um ministro se demite e é substituído por um dos seus secretários de Estado — situação que, de resto, nunca tinha ocorrido no Ministério das Finanças. A opção recaiu em alguém que está sob fogo por causa dos swaps e que, ainda ontem, foi secamente desmentida pelo próprio ministro que vai substituir. Mais: a escolha recaiu em alguém cujo curriculum é tão rico que tem em destaque passagens pelo pólo de Setúbal da Moderna e pela Lusíada, onde foi docente do estudante tardio que se alçou a São Bento. É uma escolha que tem todos os condimentos de ter sido congeminada pelo alegado primeiro-ministro (em articulação com o Presidente da República).

Todos sabemos que o ministro das Finanças era, até hoje, o verdadeiro primeiro-ministro. Com o abandono de Vítor Gaspar, chegou o momento de Passos Coelho ter de assumir a chefia do Governo. Não vai ser bonito de se ver (enquanto durar).

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