quinta-feira, 25 de julho de 2013

Concordar no essencial, discordar substantivamente





Marina Costa Lobo é uma cientista política que se caracteriza pelo zelo metodológico e por uma corajosa honestidade intelectual. No auge da campanha para derrubar o Governo em 2011, foi das raríssimas vozes que alertaram para a desgraça que se seguiria caso Cavaco e PSD abdicassem da defesa do interesse nacional: A resistência de Sócrates serve Portugal
Eduardo Paz Ferreira, para além da carreira académica ilustre e da intervenção cívica exemplar, é um cinéfilo apaixonado e um fordiano de alma e coração. Em Março deste ano, sem saber o que me esperava tamanha a distracção, fui à Cinemateca ver o THE MAN WHO SHOT LIBERTY VALANCE. Tratava-se do ciclo UMA QUESTÃO DE CARÁCTER e o Eduardo fez a apresentação da obra. Quem não é fordiano não o pode saber, mas o que está em causa nesta vocação é da ordem da metanóia. Ford, em cada um dos seus filmes, repete igual chamamento: sê grande, vence o mundo.
Estas duas simpaticíssimas personalidades aparecem neste debate a concordarem no essencial e a discordarem substantivamente. Representam a multiplicidade das posições ao centro, espaço da suprema inteligência política por ser o mais abrangente e complexo. No centro pode-se ser de direita ou de esquerda, contra ou a favor da Troika, da Europa e da Atlântida, apoiar este desgoverno ou pedir a sua demissão para anteontem. Pode ser-se tudo o que se queira, menos sectário ou pulha – ou seja, ser-se tudo menos ser estúpido. É por aqui que vamos.


Publicado por Val   / Blog Aspirina B

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