terça-feira, 18 de junho de 2013

Leituras

Já somos duas


A ex-líder do PSD Manuela Ferreira Leite disse segunda-feira à noite que “teria tido imenso prazer” em que o ex-primeiro-ministro José Sócrates “tivesse enfrentado a ‘troika’” e tomado “as medidas terríveis” do programa de ajustamento
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1. Não sei se estas afirmações devem ser interpretadas como um desafio/provocação a alguém que se inveja e sempre se invejou e admirou, como sincera curiosidade sobre o que faria alguém que se inveja e sempre se invejou e admirou, ou como palavras de solidariedade com um governo a cujo radicalismo e incompetência MFL não tem poupado críticas. Neste último caso, é muito estranho. E incongruente. Nada que já não tenhamos observado na ex-presidente do PSD, muito devido à sua ligação ao presidente da República mais patego e rancoroso de que há memória.
2. Seja como for, em 2011, MFL e muitos outros no PSD, e a oposição em peso, clamavam contra a falta de credibilidade do Governo e não compreendiam e protestavam contra a resistência de Sócrates à vinda da Troika.
3. É claro que José Sócrates “enfrentaria a Troika” com uma atitude muito diferente da subserviência do Gaspar. Aliás, não é Ferreira Leite que diz que não há mas devia haver gritaria nas reuniões regulares de avaliação? Pois é. Se bem me lembro, já na discussão do programa original houve gritaria, sendo Sócrates considerado osso difícil de roer nas negociações. Como pode MFL duvidar de que ouro galo cantaria?
4. Seria mesmo assim irónico que o homem que mais lutou contra o resgate fosse executar o programa que lhe vinha acoplado e que ele a todo o custo quis evitar. Mas os eleitores lá sabiam o que faziam. E MFL não os esclareceu devidamente na altura.
Agora todos temos pena.




 
 
 
 
 

 

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