a Terra respira
formigas transitam por suas nervuras
arabescos de
pássaros
pontuam o pausado discurso das nuvens
só existe o espaço
a
paisagem lacustre
que agora cobre uma cidade submersa
e sem saber por
que vim parar aqui
o que me trouxe a essa fronteira de lugares e sensações
entro n'água
a claridade me leva à deriva
flutuo no amplo
embebido no dia mais que morno
sei-me hóspede de quem tenho sido
(a
superfície do lago
se desmancha no movimento dos círculos concêntricos)
Claudio Jorge Willer nasceu em São Paulo no dia 2 de dezembro de 1940. Além de poeta, é ensaísta e tradutor. Ligado à geração beat, é Doutor em Letras na área de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa. Publica ensaios em jornais como Jornal do Brasil e Jornal da Tarde e nas revistas Isto É e Cult. Publicou em poesia Anotações para um apocalipse (1963), Dias circulares (1976), Jardins da Provocação (1981),Estranhas Experiências (2004) e Outros Silêncios (2009). {Blog do Noblat}
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