quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Tempos ruins

Maria Teresa Horta




Eu não descuro

recuso
censores e carcereiros
inquisidores e profetas

Que vaticinam desgraças
abrem veias
cortam versos

Trancam celas
espalham sombras
fecham postigos, janelas

Mandam pôr muros e grades
trazem presságios ruins
torturas, dores e vilezas
alcateias e mastins

Eu não descuro
procuro
a esperança acalentada
sonhada na desmesura

Entre ruínas passadas
sevícias, medos
torpezas

A poesia
e a beleza
A liberdade exaltada.





Lisboa, 03 Julho 2012

Sem comentários:

Enviar um comentário