segunda-feira, 16 de abril de 2012

Horizonte

Fernando Pinto do Amaral




Um dia ficamos sem voz
e há um vento que leva a poeira
das nossas vidas cada vez mais
longe

Um dia fica apenas esse rosto
o mais amado rosto ainda à procura
do verão que nunca vimos
da espuma das promessas ou das últimas
lagrimas

Um dia despedimo-nos de um sonho
e o mundo é um murmúrio quase mudo
um resto de acidente luminoso
no horizonte azul vermelho roxo negro

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