sexta-feira, 23 de março de 2012

Reunião da comissão política nacional do PS – oftalmologista precisa-se

Penélope | Blog Aspirina B




Perante a posição assumida na reunião por Francisco Assis de que o partido deveria acabar com a clivagem passado recente/futuro, que, e agora sou eu a falar, além de contraproducente, é insustentável face à estratégia dos adversários, e, em vez disso (retomo Assis), assumir o seu património político sem ruturas, eis as reações dos apoiantes de Seguro, lidas no Jornal de Negócios:

«Na sequência destas intervenções, Jorge Brilhante Dias, membro do Secretariado Nacional do PS, pediu ao colectivo dos dirigentes socialistas para também se empenhar na defesa do secretário-geral, António José Seguro, quando ele é alvo de ataques externos.

Depois, vários membros da Comissão Política próximos da direcção de Seguro defenderam que o PS não pode acantonar-se na defesa do seu passado, já que por essa via perderá margem de manobra como partido de oposição.

José Junqueiro, José Luís Carneiro, Ricardo Gonçalves e João Paulo Pedrosa assumiram posições nesse sentido e consideraram que é estratégia do Governo pôr o PS a discutir o passado, impedindo assim a afirmação de propostas alternativas.

»


A cegueira, pelos vistos, tem nomes. Se a estratégia claríssima e aparentemente única do Governo é atacar o governo anterior a propósito de tudo e de nada, mas sobretudo a propósito do muito que corre mal atualmente, e de tudo destruir e desmantelar como se peçonha tivesse, e se o PS não tiver resposta para isso, e uma resposta vigorosa, acontece o lamentável espetáculo a que temos assistido: a atual direção do partido apresenta-se frouxa, sem desejo ou incapaz de contra-atacar, torna-se e torna o partido vulnerável, permite que passem por verdades as afirmações mais delirantes, caluniosas e viciosas dos atuais governantes e deputados da direita, coloca-se em posição de penitência e, na prática conivente com as críticas, deixa brilhar a atual maioria enquanto ela própria faz figura de urso.
Quanto ao impedimento que tal “acantonamento” no passado representa à apresentação de propostas alternativas, a cegueira continua, mas desta vez em direção ao umbigo. Alguém sabe, por acaso, o que pensa Seguro em matéria de Educação, Saúde, Ciência, Energia, prioridades da nossa economia, políticas laborais? E, já agora, o que lhe desagradou concretamente na governação anterior?
Se, nesse particular, esfregassem os olhinhos, veriam que tínhamos uma enorme, imensa e poderosa alternativa nas linhas políticas traçadas pelo governo de Sócrates. E não, não foram elas que nos levaram à bancarrota, ponto que deveria ser justamente entendido de uma vez por todas pelas atuais luminárias da direção socialista.

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