quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Auschwitz




--- Fernando Alves, TSF

Números de uma sondagem encomendada pela revista Stern: 21% dos jovens alemães, com idade entre os 18 e os 29 anos, não sabem que Auschwitz foi um campo de extermínio. E 31% não sabem indicar no mapa a localização de Auschwitz.
A sondagem da revista alemã foi feita a pretexto da passagem, amanhã, de mais um aniversário da libertação do campo pelo Exército Vermelho. É por isso que amanhã se assinala o dia internacional em memória das vítimas do genocídio de judeus na Europa pelos nazis.
Esta erosão da memória é inquietante. Porque, como lembrou o escritor húngaro Imre Kertész, ele próprio sobrevivente de Auschwitz, ao receber o Nobel da Literatura, em 2002, "o problema de Auschwitz não é se devemos cercá-la com um cordão de isolamento, como se diz; se devemos preservar a sua memória ou encerrá-la numa gaveta da História; se devemos erigir um monumento aos milhões de assassinados e, nesse caso, de que espécie. O problema real de Auschwitz é que aconteceu. E isso não pode ser modificado".
O autor do romance "Sem Destino" disse também , no discurso da cerimónia do Nobel,: "Ao reflectir sobre o impacto traumático de Auschwitz acabo por chegar às questões fundamentais da vitalidade e da criatividade do homem de hoje e ao pensar em Auschwitz dessa forma eu penso, talvez paradoxalmente, não no passado, mas no futuro".
É justamente isso que torna desconcertante o resultado da sondagem da Stern.

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