
O céu está tomado.
Não me recordo das nuvens
ou das estrelas cambiantes
sob as quais passeávamos.
As estrelas apontavam
o mar, o mar se dividia
e à beira da praia
as ondas degustavam
nossos pés.
O mar em dois se dividia.
Ficávamos a esperar os povos fugitivos,
os escravos, os ladrões...
e a nossa imaginação falhava como um rádio velho...
Hoje, porém,
o céu está tomado.
Não me recordo
das estrelas cambiantes
sob as quais
o mundo desfilava
enquanto
à beira da praia
as ondas degustavam
nossos pés.
Os olhos do céu
agora muito se ocupam
em só espiar usinas
e navios que atravessam
a noite
com ativistas e carregamentos
clandestinos.
Danilo Diógenes nasceu em Cavalcanti, no Rio de Janeiro. Passou grande parte de sua infância enclausurado em casa lendo. Em sua casa só tinha livros de Camões, Augusto dos Anjos e Fernando Pessoa. Logo depois se tornou especialista em António Ramos Rosa. Começou a escrever novo, mas já mostrando grande talento. Danilo está para publicar seu livro 'Entre um poema e outro'.
:::Corujão da Poesia\Blog do Noblat
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