terça-feira, 29 de novembro de 2011

Sem Sócrates seria tudo um mar de rosas

Blog Aspirina B




O Governo ficou muito satisfeito com as alterações ao OE que foram apresentadas e aprovadas ontem. Segundo os próprios, prova que esta maioria tem o dom do diálogo, que sabe ouvir e decidir. Mas em lado nenhum se falou de terem chegado a um entendimento ou a acordo com o maior partido da oposição. Nem sabemos se o recuo do Governo resultou efectivamente de negociações com o PS, já que Passos e Seguro passaram os últimos dias a contradizerem-se em relação à existência das mesmas. E é isso mesmo que não se percebe. Então, PSD e CDS, não diziam que bastava Sócrates ser corrido para que o tão desejado entendimento entre os maiores partidos ocorresse sem quaisquer problemas? Passos e Portas, de forma inqualificável, chegaram mesmo ao ponto de pedir a sua saída da liderança do partido. Mas, afinal, com Sócrates, o arrogante com quem era impossível dialogar, fora de cena, o que o PS recebe em troca é desprezo. É assim que a maioria tem recebido as propostas apresentadas pelo maior partido da oposição, o tal com quem o acordo era imprescindível, no dizer de tantos. E nem o facto de o PS ter optado pela abstenção na votação do Orçamento contribuiu para ter direito a um tratamento diferente nos debates que se seguiram.

Não espanta que PSD e CDS quisessem afastar Sócrates, espanta é a ingenuidade dos que acreditaram que sem ele a atitude dos dirigentes daqueles partidos seria diferente. É que para que haja debate e discussão de ideias entre partidos, em primeiro lugar, é preciso tê-las.

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