segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Ao coração que sofre

Olavo Bilac



Ao coração que sofre, separado
Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
Não basta o afeto simples e sagrado
Com que das desventuras me protejo.

Não me basta saber que sou amado,
Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Ter na boca a doçura de teu beijo.

E as justas ambições que me consomem
Não me envergonham: pois maior baixeza
Não há que a terra pelo céu trocar;

E mais eleva o coração de um homem
Ser de homem sempre e, na maior pureza,
Ficar na terra e humanamente amar.



[pintura de Dina Gonçalves Puga]



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1 comentário:

  1. Oi...Gosto muito dos poemas de Olavo Bilac.
    Eu não conhecia esse soneto.
    ...
    E mais eleva o coração de um homem
    Ser de homem sempre e, na maior pureza,
    Ficar na terra e humanamente amar.

    Muito lindo!
    Beijo,
    Mara

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