terça-feira, 12 de julho de 2011

Identidade

Mia Couto




Preciso ser um outro
para ser eu mesmo

Sou grão de rocha
Sou o vento que a desgasta

Sou pólen sem insecto

Sou areia sustentando
o sexo das árvores

Existo onde me desconheço
aguardando pelo meu passado
ansiando a esperança do futuro

No mundo que combato morro
no mundo por que luto nasço

1 comentário:

  1. Boa noite, António!
    Gosto dos poemas de Mia Couto.Ótima escolha.
    Beijo,
    Mara

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