quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Soneto LXV - Pablo Neruda
Matilde, onde estás? Notei, para baixo,
Entre gravata e coração, acima,
Certa melancolia intercostal:
Era que de repente estavas ausente.
Fez-me falta a luz de tua energia
E olhei devorando a esperança,
Olhei o vazio que é sem ti uma casa,
Não ficam senão trágicas janelas.
De puro taciturno o teto escuta
Cair antigas chuvas desfolhadas,
Plumas, o que a noite aprisionou:
E assim te espero como casa só
E voltarás a ver-me e habitar-me.
De outro modo me doem as janelas.
[cem sonetos de amor]
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Olá...É um soneto belíssimo.
ResponderEliminarParabéns!
Gostei muito desta imagem também.
Vou levá-la para usá-la em um futuro post.
Beijinho...
Mara