quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Campo de sucatas





Saudade do futuro que não houve
aquele que ia ser nobre e pobre
como é que tudo aquilo pôde
virar esse presente podre
e esse desespero em lata?

pôde sim pôde como pode
tudo aquilo que a gente sempre deixou poder
tanta surpresa pressentida
morrer presa na garganta ferida
raciocínio que acabou em reza
festa que hoje a gente enterra

pode sim pode sempre como toda coisa nossa
que a gente apenas deixa poder que possa


Paulo Leminski

1 comentário:

  1. (.....)
    Todos somos no mundo " Pedro Sem",
    Uma alegria é feita dum tormento;
    Um riso é sempre o eco dum lamento,
    Sabe-se lá um beijo de onde vem!

    A mais nobre ilusão morre... desfaz-se..
    Uma saudade morta em nós renasce
    Que no momento é já perdida...

    Florbela Espanca

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